domingo, 30 de agosto de 2009

CAPA
Jornal Cocamar, dezembro de 2007

Quem já tem, está contente


Produtor de Alto Paraná fatura R$ 2,7 mil mensais em apenas 2 alqueires. Animado, investe na expansão do cultivo

Produção de látex é toda vendida para uma empresa paulista, que busca
na propriedade


CLEBER FRANÇA

A seringueira, cultura ainda pouco conhecida na região Noroeste do Paraná está rendendo bons frutos, ou melhor, lucros para o cooperado da Cocamar e engenheiro agrônomo Nício Otani, de Alto Paraná, na região de Paranavaí. Dono de 5 alqueires, onde mantinha café, pasto e mandioca, ele destinou dois alqueires (4,84 hectares), a seringueira e, só com essa atividade, fatura R$ 2.700 por mês. Animado, o produtor já plantou mais 2,5 alqueires. As vantagens da heveicultura são várias: exige pouca mão-de-obra, é resistente a pragas, produz durante 10 meses do ano e, por incrível que pareça, tem vida útil de até 35 anos. “Seringais formados com mudas demoram seis anos para começar a produzir e, com sementes, oito. Uma só pessoa consegue tomar conta de 2,5 alqueires”, comenta Otani.

Em cada alqueire podem ser cultivadas 1.400 plantas. Por árvore, Otani extrai entre 5 a 10 quilos de borracha por ano, que significam, em média, 10 mil quilos por alqueire. A produção pode ser comercializada de duas formas: cernambi (tipo de borracha coagulada) com o quilo cotado a R$ 2,15 ou látex que vale R$ 1,40 o quilo. O produto é vendido na forma de látex para uma empresa paulista, que busca na propriedade.

O látex é colhido durante 10 meses do ano, com sangrias a cada três, quatro, cinco ou até sete dias – feitas nas horas mais frescas do dia. A sangria correta deve medir 43 centímetros de diâmetro, ocupando apenas meio tronco da árvore. Deve ser feita a 110 centímetros do solo.
“O mercado é garantido, uma vez que a produção não atende o consumo”, frisa o engenheiro agrônomo, lembrando que a Malásia, maior produtor mundial, está com a produção em decadência.
Otani: lucro garantido em pequena área

A produtividade pode variar de acordo com o manejo e a variedade genética de cada planta. Árvores originárias da espécie Malaia são as mais produtivas. O espaçamento indicado para o plantio é de 7 metros entre ruas e 2,5 entre plantas.
O custo médio para a implantação da cultura é de R$ 7,2 mil por alqueire para pequenas áreas e de R$ 20 mil por alqueire para grandes plantios. A espécie mais recomendada para a região Noroeste do Paraná é a RRIM-600, a mesma produzida em São Paulo. Também existem as
variedades GT-1, PR-255, PB-235 e IAM-873.